não precisamos de mais nada sem ser música japonesa do século XX

Ando obcecado com este canal e com os djsets que faz de todos os tipos de música: vídeos de 30 minutos ou 1 hora a passar vinis de funk japonês, música brasileira antiga, africana, americana, tudo. Enquanto escrevo isto ouço isto.

Quando ouço, vejo ou leio arte que me inspira penso quase sempre “quem me dera fazer uma coisa assim” e depois deparo-me com a realidade: não sou assim tão bom em guitarra, baixo, piano, bateria todos ao mesmo tempo para poder compor coisas com tanta qualidade e complexidade musical. Mas ando a pegar mais nos instrumentos. Já produzi com amigos para poder chegar a melodias e sonoridades mais complexas que o meu conhecimento muito básico de teoria musical não me permite chegar. Mas tenho o ouvido. Pego nos instrumentos (ou peço a alguém que toque) para conseguir imprimir na realidade o som, a energia ou a atmosfera que já está na minha cabeça mas que ainda não foi transformada em algo “palpável”. As melodias aparecem-me na cabeça imediatamente, o difícil é trazê-las para a realidade e escolher a sequência e a forma como se ligam umas com as outras. Por isso ando a pegar mais nos instrumentos para poder chegar mais diretamente a estes sons, em vez de depender doutras pessoas. Só que também penso: se me focar em tudo ao mesmo tempo não é possível tornar-me realmente bom em nenhuma das áreas. Esse tem sido um dilema, mas segue o baile.

Normalmente nunca consigo imprimir essa sensação imaginada na exatamente como a via ou ouvia na minha cabeça. Mas isso não é mau, pelo contrário. Há uma frase do Conan O’Brien  sobre isto:

“It is our failure to become our perceived ideal that ultimately defines us and makes us unique. It’s not easy, but if you accept your misfortune and handle it right your perceived failure can become a catalyst for profound re-invention.”

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5 Responses
  1. Filipe Vaz

    Engraçado que vim ao teu blog pela primeira e vejo a tua referência a esse canal do Youtube, já que o descobri há algumas horas por acaso, e fiquei encantado também. Há coisas de facto curiosas.
    Gosto da maneira como pensas e escreves.
    Grande abraço Miguel .