filosofia

Autenticidade é o que mais prezo. Num mundo que parece uma corrida de cavalos, autenticidade põe-nos numa pista vazia, disponível para a explorarmos sem andarmos constantemente a comparar-nos uns aos outros.

Tenho uma frase dita pelo Jimmy Iovine escrita na parede do meu estúdio em Lisboa que diz o seguinte:

“When you’re a race horse, the reason they put blinders on these things is because if you look at the horse on the left or the right, you’re going to miss a step. That’s why the horses have blinders on. And that’s what people should have. When you’re running after something, you should not look left or right — what does this person think, what does that person think? No. Go.”

Sinto que às vezes dou por mim a comparar-me a outras pessoas e depois lembro-me “Ah! Mas eu sou eu. E ninguém pode ser melhor nisso do que eu.”

A partir do momento em que decidimos que só competimos connosco próprios, a porta da autenticidade está aberta.

Hoje senti-me pouco entusiasmado e fui passear a ouvir música e conectei de tal forma com a Summertime in Paris do Jaden Smith que me estava a saber bem sentir tristeza. E achei curioso uma sensação, à partida, negativa, saber-me bem. Talvez não fosse tristeza mas um tipo muito específico de melancolia que paira à volta da discografia dele. 

Deitei-me no meio do pinhal com a cabeça em cima da Insustentável Leveza do Ser e ouvi metade do novo álbum do Childish Gambino enquanto via as copas dos pinheiros em primeiro plano e as nuvens a passear, empurradas pelo vento, no céu azul do fundo do quadro. É, aliás, um crime só ter ouvido metade mas, maior crime que esse, é não ter ouvido o novo álbum do meu artista favorito logo no dia em que saiu. Acho que estava à espera do sítio e momento certo. Acabei por dançar no chão e pensar “You did it again, Bino!”. Mas quero digerir melhor este álbum antes de falar mais dele.

A vista que tinha era esta.

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5 Responses
  1. C

    “Authenticity is a collection of choices that we have to make every day. It’s about the choice to show up and be real. The choice to be honest. The choice to let our true selves be see” – Brené Brown, The gift of imperfection .
    **
    “It’s not where you take things from it’s where you take them to.” Jean Lic Goddard