Halfpipe. a real love story. é um shortfilm que realizei durante os meses em que estive a fazer Erasmus em Bologna, Itália. A ideia surgiu simplesmente por, numa das cadeiras, o projeto final ser uma curta metragem. Veio-me imediatamente à mente a ideia de uma história sobre um rapaz e uma rapariga que se conheciam e interessavam um pelo outro mas em que as diferentes línguas que falavam se atravessavam entre os dois. Comecei a escrever o guião com as ideias que me pairavam na cabeça.

O processo deu muitas voltas. Como me atirei de cabeça, sem nunca ter escrito um shortfilm, encontrei vários obstáculos que me levaram a pesquisar para os superar. Aprendi a caracterizar a personalidade dos personagens: escrever sobre a personalidades de forma a perceber como é que os personagens se comportariam na vida real. A Chiara é uma invenção minha. Atribuí-lhe características que tinha observado em raparigas na vida real e falei com várias amigas minhas para me darem inputs. As outras 3 personagens correspondem às pessoas que existem na realidade: eu, o Ferdinand e a Cristina representamos nós mesmos no filme.

Depois do guião estar escrito seguiu-se a fase da pré-produção: pesquisar os locais em que ia filmar, preparar tudo ao pormenor para facilitar a parte das filmagens.

Nisto vagueei muito por Bologna, sozinho de bicicleta, à procura das imagens que tinha imaginado na minha mente. Sabia desde o primeiro dia que decidi fazer o filme que a imagem das arcadas iluminadas à noite tinha de ser um dos marcos principais da fotografia, então tirei muitas fotos com o telemóvel a muitas ruas longas de arcadas.

No fundo, já tinha imaginado o filme e os planos todos na minha cabeça e neste momento andava à procura destas imagens na vida real. Nunca coincidiram perfeitamente com o que imaginei mas isso também faz parte do processo. Acabou por se tornar numa coisa muito própria.

Seguiu-se a tarefa de encontrar uma atriz. Tinha uma amiga que me podia ajudar e participar mas não senti que fosse a pessoa certa e continuei à procura. Não foi fácil e acabei mesmo por ir para a rua abordar pessoas aleatórias e convidá-las para participar, perguntando se tinham alguma experiência de representação. Nenhuma destas pessoas foi a tal e estava quase a desistir da busca até que decidi instalar o Tinder e procurar raparigas. E assim encontrei a Dgiorgia.

Lá fui eu sozinho para uma festa anónima num sítio desconhecido sem saber o que ia acontecer. Acabei por a conhecer lá e imediatamente percebi que ela era a pessoa que procurava. O facto de falarmos português era excelente para a comunicação e no dia seguinte encontrámo-nos para ler o guião e praticar. Depois começámos a filmar.

O Manuel Calisti, o Daniele Fugarese e a Eugenia Chierico ajudaram-me na parte técnica do projeto e rimo-nos muitas vezes, ainda que as filmagens tenham sido os dias mais stressantes. As coisas nunca correm como esperado, corremos contra o tempo e obstáculos aparecem constantemente. Ficámos sem bateria, um cartão SD ficou danificado mas nunca permiti que o projeto parasse. Não sei porque é que estes obstáculos aconteceram mas não deixei que ditassem o destino do projeto. Depois de 7 dias de filmagens, comecei a editar.

A edição foi tranquila, depois a cor e finalmente pôr o resultado final para fora.